Rhynchophorus ferrugineus

Rhynchophorus ferrugineus (Olivier, 1790)

Nome Comum

Escaravelho-das-palmeiras

Ordem

Coleoptera

Família

Curculionidae

Origem

Exótica - sudeste da Ásia

Estatuto de Conservação (IUCN)

Pouco Preocupante

Descrição Expedita

Escaravelho relativamente grande, pode atingir os 5cm de comprimento. O rostro ("nariz") é longo, característico dos curculionídeos: os machos possuem tufos de sedas na extremidade do rostro, enquanto que as fêmeas, que não os possuem, têm o rostro mais longo e curvo. O corpo é vermelho-ferrugem com manchas pretas no tórax, podendo haver variação na coloração. Possuem dois pares de asas, sendo que as asas de fora são rijas e estriadas longitudinalmente a preto e as de dentro são membranosas. A extremidade do abdómen é mais arredondada nos machos do que nas fêmeas. As larvas são branco-amareladas, segmentadas e sem pernas, com uma cabeça quitinosa castanho-escura e o aparelho bucal bem desenvolvido. Os ovos são muito pequenos e ovais, esbranquiçados a amarelados, brilhantes e macios. O casulo oval é feito com fibras secas entrelaçadas, extraídas do interior das palmeiras, onde se encontra a pupa.

Biologia / Ecologia

Espécie essencialmente diurna que afecta negativamente algumas espécies de palmeira onde vive. O seu ciclo de vida compreende quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto e dura cerca de quatro a cinco meses. Numa mesma palmeira podem coexistir nas diferentes fases, cerca de mil indivíduos. Os adultos são excelentes voadores e são capazes de viajar longas distâncias (alguns kms), sendo porém sedentários nas zonas afectadas. Em voo, seguem o rasto dos atractivos alimentares libertados pelas palmeiras, que são transportados pelo vento. Alimentam-se das folhas de várias espécies de palmeiras, principalmente do género Phoenix, enquanto que as larvas alimentam-se dos rebentos das folhas e das fibras, escavando túneis no espique ('tronco') que podem chegar a 1m de comprimento, levando-as à morte. Esta espécie prefere colonizar palmeiras já enfraquecidas, mas também é capaz de colonizar palmeiras saudáveis. As fêmeas saem das palmeiras já fecundadas, prontas a colonizar novas palmeiras. Podem ter quatro gerações por ano, pondo até centenas de ovos numa só postura.

Habitat

Praga de várias espécies de palmeiras. Em Portugal, afecta principalmente a Palmeira-das-Canárias (Phoenix canariensis) e a Tamareira (Phoenix dactylifera), e em menor grau, espécies do género Washingtonia.

Distribuição Portugal / Mundo

Distribuição mundial alargada. Em Portugal pode ser encontrada por todo o território continental, com especial incidência a sul do rio Tejo.

Sabia que...

Esta espécie foi assinalada pela primeira vez em Portugal na região do Algarve, em finais de Agosto de 2007. Os sintomas apresentados pelas árvores devem-se à actividade alimentar das larvas nos tecidos do hospedeiro, e só podem ser visíveis após três meses até mais de um ano, desde o início da infestação. Apesar de ter destruído imensas palmeiras em Portugal, não se conhecem quaisquer impactos negativos em espécies autóctones ou em ecossistemas naturais, pelo que não pode ser para já considerada invasora. Na FCT NOVA, foi responsável pela destruição de todas as palmeiras existentes no campus.